22.9.14

Sócrates, Platão e Aristóteles

Sócrates

• Divisor de águas na Filosofia -> abandonou a preocupação dos pré-socráticos em explicar a natureza e se concentrou na problemática do homem.
• Sócrates x Sofistas -> Os sofistas, “mercenários do saber”, defendiam a relativização da moralidade e o uso da retórica para atingir interesses particulares. Para os sofistas, diferente do que acreditava Sócrates, não há uma verdade absoluta, apenas uma verdade conveniente, centrada nos resultados que promove.
• Sócrates desenvolvia o saber filosófico em praças públicas, conversando com as pessoas, sempre dando demonstrações de que era preciso unir a vida concreta ao pensamento => diálogo crítico.
• Sua pergunta fundamental era “qual é a essência do homem?”. Ele dizia que o homem é a sua alma, entendendo-se “alma” como a sede da razão, o nosso eu consciente. Por isso, o autoconhecimento era um dos pontos básicos de sua filosofia. “Conhece-te a ti mesmo” (leva ao reconhecimento de que somos seres limitados -> humildade).
• Métodos socráticos = ironia (interrogação) e maiêutica.
• Ironia -> Sócrates, por meio de diversas indagações, atacava de modo implacável as respostas de seus interlocutores, procurando evidenciar suas contradições e desconstruir suas falsas verdades. Levava os discípulos a confessar suas próprias ignorâncias, sendo esta a primeira virtude do sábio. “Só sei que nada sei”.
• Maiêutica -> libertos do orgulho e da pretensão de que tudo sabiam, os discípulos podiam, então, iniciar o caminho da reconstrução das próprias ideias, na fase que significa “arte de trazer à luz”.
• Condenação de Sócrates -> corruptor da juventude e ironia aos deuses gregos.
• Para a democracia ateniense, Sócrates representava uma ameaça social, pois desrespeitava a ordem vigente e dirigia suas atenções para as pessoas sem distingui-las quanto à categorial social a que pertenciam.
• Viver virtuosamente é não barganhar, não renunciar suas convicções.

Platão

• Mito da caverna.
• O processo de conhecimento se desenvolve por meio da passagem progressiva do mundo das sombras e aparências para o mundo das ideias e essências.
• O conhecimento, para ser autêntica, deve ultrapassar a esfera das impressões sensoriais, o plano da opinião, e penetrar na esfera racional da sabedoria.

Aristóteles

• Aristóteles, ao abordar a realidade, reconhecia a multiplicidade dos seres percebidos pelos sentidos -> realidade sensorial-empírica.
• Nesse sentido, rejeitava as ideias de Platão, segundo a qual os sentidos transmitem dados distorcidos, ilusões da verdadeira realidade.
• O ser individual, concreto, único não pode ser objeto da ciência. O objeto próprio das ciências é a compreensão do universal, procurando estabelecer definições gerais. Método indutivo.
• Caráter estático e permanente x movimento e transitoriedade as coisas. (Ato – manifestação pontual do ser x potência – possibilidades do ser).
• Acidente – aquilo que ocorre por uma casualidade qualquer e impede a transformação da potência ao ato.
• Substância – estrutural e essencial ao ser (define sua natureza) x acidente – atributo circunstancial e não essencial.
• Teoria da causalidade:
− Causa material -> refere-se à matéria de que é feito algo. Ex: mármore de uma estátua.
− Causa formal -> refere-se à forma, à configuração de algo. Ex: uma estatua em forma de homem.
− Causa eficiente -> refere-se ao agente que produziu. Ex: escultor.
− Causa final -> refere-se ao objetivo, à intenção e finalidade de algo ter sido feito. Ex: exaltar a figura do soldado ateniense.
• Para que se dê a passagem da potência para o ato, é necessária a intervenção de um agente transformador (causa eficiente), guiado por uma finalidade (causa final).
• Felicidade humana -> para ser feliz, o homem deve viver de acordo com a sua essência, isto é, de acordo com a sua razão e consciência reflexiva. Orientando seus atos para uma conduta ética, será conduzido à prática da virtude, que é a justa medida de equilíbrio entre o excesso e a falta de um atributo.

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